Quando você finalmente recebe a ligação esperada, confirmando que você tem uma entrevista de emprego, você sente que existe uma luz no túnel e que precisa aproveitar da melhor maneira possível aquela oportunidade, não é mesmo?
Mas lembre-se que conseguir uma entrevista só foi a primeira etapa do desafio, agora você precisa encantar o entrevistador.
Pensando nisso, quero compartilhar algumas coisas que li, aprendi e já pratiquei que me ajudou e espero que te ajude também. Ainda que você esteja satisfeito com o seu trabalho hoje, nada o impede de recorrer a essas dicas em algum momento da sua vida em que você for batalhar por uma nova oportunidade profissional.
Lembre-se que a entrevista é a hora da verdade e às vezes uma palavra, um frase, pode colocar a sua candidatura em cheque. Claro que a ideia aqui não é deixar ninguém inseguro, mas sim mencionar algumas atitudes que podem (e devem) ser evitadas.
Vamos lá?
Não minta
“Isso é muito feio”, com certeza tanto você quanto eu já devemos ter pedido as contas de quantas vezes ouvimos alguém nos dizer isso, principalmente em nossa infância. E é verdade. Quando você tenta conseguir um emprego, a entrevista é a oportunidade que você tem de brilhar. Não faça esse brilho acabar. As mentiras são a melhor maneira de decepcionar as pessoas.
Eles fazem você parecer algo que você realmente não é. E se uma pessoa acredita em algo do que você disse em uma entrevista e a contrata, ele quer ver isso todos os dias. Se você não é realmente assim ou não tem o que disse, verá o quanto não será legal para você e sua carreira. E aí você perde toda a sua credibilidade. É difícil recuperar.
Tenha isso em mente em uma entrevista, porque você tem muito mais com a verdade, sendo honesto e argumentando a partir de sua naturalidade. Inclusive criei um curso sobre Personal Branding onde ajudo os alunos a se conhecerem melhor e entender como a sua marca pessoal pode promover a sua presença, online e offline.
Não fale mal dos chefes ou empregos anteriores
Se você já teve chefes horríveis como eu já tive, vai acreditar em mim: dá vontade de falar as barbaridades que fomos acometidos aos quatro cantos do universo!
Eu entendo, mas se mentir é feio, falar mal de alguém ou de seu trabalho, é mais ainda. Por mais que coisas horríveis tenham te acontecido, lembre-se que a pessoa não está lá para se defender ou apresentar o ponto de vista dela, mesmo porque a situação já foi, já aconteceu. E se você saiu (ou está prestes a sair) desse emprego, saiba que será melhor para você. Certa vez ouvir que às vezes precisamos dar 2 passos atrás para irmos 3 para frente, é essa é uma das mais puras verdades que existe.
Dizer que seu (ou sua) chefe era ruim, que ele (ou ela) não era competente, que ele (ou ela) não te tratava com respeito ou que essa pessoa era inútil não é uma boa carta para jogar.
Você pode estar certo(a) de que essa pessoa não foi a melhor liderança que você encontrou, mas agora eu lhe digo o grande segredo: a pessoa de Recursos Humanos que está entrevistando você sabe disso. Ou seja, quem não teve que lidar com o (a) chefe que faz com que você queira fugir da empresa?
Agora pensa comigo: você acha que vai se beneficiar ao contar?
Não.
O que o recrutador verá é apenas a sua discrição. É difícil não extrapolar essa característica para o fato de imaginar o que você faria dentro da organização. E isso também está associado a falar mal de colegas, empresas, etc. Você sempre pode dizer as coisas de maneira implícita e dar um giro positivo. Essa mensagem é o que é fornecer valor.
Uma vez eu disse: “tínhamos visões diferentes sobre como fazer uma boa gestão e por essa divergência, optei em buscar uma empresa onde tivesse sinergia com os meus valores”. No fundo, no fundo eu queria dizer que o meu chefe era um arrogante, explorador, mentiroso, mal caráter, mas olha que descrição mais polida dei para a situação, não é mesmo? O importante é termos clareza sobre isso para não metermos os pés pelas mãos e nos prejudicarmos.
Claro que levou algum tempo para eu entender todo esse processo e internalizar minha dor e insatisfação por não ter conseguido lidar com a situação, se você sofre, se exalta, fica nervoso (a) só de lembrar desse (a) chefe, fale sobre isso com alguma pessoa de confiança para te ajudar a elaborar o luto. Isso mesmo, luto não se refere apenas a perda de entes queridos.
Não diga que você não tem defeitos ou que agora você não se lembra de nenhum
Um dos momentos mais críticos da entrevista pode ser quando o recrutador pergunta quais são seus pontos de melhoria. Quando eu fazia recrutamento e seleção, sempre pedia para o entrevistado relatar uma situação onde ele teve muito sucesso, que o encheu de orgulho… A pessoa abre aquele sorriso 15 paras 3 (de orelha à orelha), estufava o peito e contava. Em seguida, eu perguntava: “Que legal, parabéns! Você se superou. Agora conte-me uma situação que não deu certo.”
Geralmente era nesse momento em que a maioria das pessoas entravam em pânico!
Para evitar esse tipo de situação, mesmo que o recrutador considere o seu nervosismo e te dê uma colher de chá, ele espera ouvir algo importante, então lembre-se de já pensar nisso antes.
Infelizmente, a nossa sociedade não valoriza o erro, ninguém gosta de falar de erro, mas saiba, ou melhor, lembre-se que o erro faz parte do nosso aprendizado. Afinal de contas, ninguém nasceu sabendo.
Se você não tem nenhum defeito ou não se lembra de nenhum, saiba que isso é ruim.
Você não pode se candidatar a uma entrevista de emprego, sem ter feito sua lição de casa. Não se trata de memorizar seu currículo. Em uma entrevista, você tem a oportunidade de ser conhecido e, para isso, deve conhecer a si mesmo primeiro.
Faça um exercício muito bom para ter uma resposta para essa pergunta feliz: faça uma lista em casa onde você pode especificar as coisas que melhorariam você, mas não apenas os nomes. Você deve associá-los a experiências, assim você também pode acompanhá-los com a aprendizagem.
Se nada acontecer, pergunte a sua família e amigos, garanto que eles lhe fornecerão muitas informações. Você está dizendo a verdade, nomeando algum defeito e também está vendo uma oportunidade de melhoria. É onde você vai demonstrar que está disposto a melhorar.
Não pergunte o que a empresa faz
Eu insisto na importância de fazer lição de casa.
Não vá a uma entrevista de emprego, sem saber quem você está enfrentando.
Se é importante para a empresa te conhecer, também é importante saber com quem você está falando.
Ainda mais se você quiser trabalhar lá, saber o que ela faz é uma demonstração de interesse.
Portanto, antes de entrar na empresa você deve ter clareza sobre o que eles fazem.
“Ah Priscila, mas onde encontro essas informações?”
A resposta é simples: pelo site, mídias sociais, Youtube, Google… Repare que não faltará lugar para buscar.
Familiarize-se com a cultura deles.
Se lhe for perguntado sobre o que você conhece sobre a empresa, você poderá demonstrar que não é apenas um CV, você se preocupa com a empresa onde gostaria de trabalhar e você é alguém que não fica sentado esperando para ser informado. Proatividade é tudo na vida, ainda mais quando estamos buscando emprego.
Não fale sobre algo que você realmente não conhece
Se você vai responder qualquer coisa, com um “sim” sem ter previsto que depois de sua resposta o recrutador pode te pedir um exemplo e você não consegue.
No final, como você vê, é tudo sobre coerência.
Muitas vezes, os candidatos acreditam que sabem o que a pessoa que está fazendo a entrevista de emprego quer ouvir. Mas garanto-lhe que eles são capazes de obter muita informação sobre respostas monossílabas e sem mais argumentos.
Certifique-se de dizer a verdade em primeiro lugar e, em seguida, ter exemplos, detalhes que corroborem o que você acabou de dizer.
Não pergunte como você foi
Quando a entrevista de emprego terminar, não pergunte “Como fui?”, “O que você achou?”, “Há muito mais candidatos?” ou “Eu tenho chances?”.
Pense que a entrevista não termina até você sair de lá.
Tudo o que você diz ou faz é parte disso, incluindo sua chegada e sua despedida. Não subestime esse momento porque a pessoa à sua frente recebe informações sobre tudo.
Esses tipos de perguntas demonstra insegurança e uma certa fraqueza. Você pode estar nervoso (a), mas você não pode colocar o entrevistador em uma posição que te ajude. Os nervos estão implícitos, mas você deve gerenciá-los e essas perguntas vão desarmar você.
E agora, se joga, tenha seu melhor sorriso, faça sua lição de casa e vá para aquela entrevista de emprego!
Priscila Stuani
ψ Psicóloga clínica
CRP: 06/193357
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